Nesta quarta, 9, foi lançado oficialmente o Crie Audiovisual, iniciativa que integra o Polo de Referência Nacional em Economia Criativa liderado pelo Sebrae-SP e que será executado pela BRAVI – Brasil Audiovisual Independente. O evento de lançamento realizado nesta manhã, em São Paulo, contou com a presença de profissionais da área e representantes de instituições, como Lyara Oliveira, presidente da Spcine, que afirmou estar feliz por ajudar a construir essa política importante que está sendo implementada pela Bravi, pelo Sebrae e por todos que fazem e pensam o audiovisual diariamente.
Nelson Hervey Costa, diretor superintendente do Sebrae-SP, ressaltou que o audiovisual é relevante especialmente por conter diversos segmentos dentro de um. “O audiovisual, na sua operação, movimenta diversas outras áreas. Mais da metade das atividades que ele impacta são para além do audiovisual. Toda essa operação movimenta a economia e causa esse encadeamento produtivo. Por isso é importante entendermos essa cadeia como um todo. São bilhões de reais de faturamento, de impostos. Precisamos ampliar as políticas públicas para o setor como temos feito com a Spcine. Temos esse desafio diário de fomentar as políticas públicas e ajudar os empreendedores, principalmente os menores”, apontou.
Entre as agendas que a empresa ainda pretenderá trabalhar, Costa citou as film commissions de São Paulo – tanto no estado quanto nos municípios – e uma atuação que vise criar um ambiente mais acolhedor para quem empreende no segmento. “A projeção de crescimento do audiovisual é de mais de 7% ao ano. Ou seja, tem muito potencial. Vivemos na sociedade das telas, esse consumo cresce exponencialmente. E isso, para nós, é oportunidade. É um segmento que tem grandes e médias empresas, mas também milhares de pequenas, e essa é a razão do Sebrae nacional apoiar essa ação. Juntos conseguiremos fazer muito mais”, concluiu.
Objetivos e público-alvo
Rafael Nery, consultor de Economia Criativa e gestor do Crie Audiovisual do Sebrae-SP, detalhou a nova iniciativa, que ele definiu como um projeto criado para impulsionar negócios do setor audiovisual, capacitando empresas e profissionais em diferentes estágios de maturidade. “E vamos impulsionar a partir daquilo que o Sebrae historicamente faz de melhor, que é capacitar”, explicou. Para traçar esse caminho e conduzir pequenos negócios para acessarem o mercado, foi montada uma estrutura. Assim, o programa será composto por ações estratégicas de sensibilização, desenvolvimento de negócios e fortalecimento de comunidades, conexão de empreendedores a novos mercados e fomento ao crescimento sustentável do setor.
“O audiovisual é um segmento que tem essa característica forte de comunidade, de encontros. As pessoas se conhecem, se conectam, trabalham juntas num projeto e depois se reencontram… Uma das premissas do nosso programa é justamente trabalhar nesses vínculos que proporcionam colaboração e, sobretudo, trocas valiosas entre quem já está há muito tempo no mercado e quem está chegando agora”, disse.
O público-alvo do Crie são empresas do setor, profissionais autônomos, estudantes e recém-formados e potenciais empreendedores. “Ainda temos muita informalidade no setor. Então trabalhamos também nessa perspectiva de negócios estruturados, ainda que pequenos. Vamos fortalecer esse pensamento de estruturar para se preparar para as oportunidades que virão. Temos recursos de leis de incentivo, a iniciativa privada olhando com um pouco mais de carinho para o audiovisual… Como vamos acessar esses recursos? Quais empresas receberão as oportunidades que estão postas? Os empreendedores precisam estar preparados para isso”, reforçou.
Ações
Na prática, o programa já estabeleceu algumas ações que irão compor seu calendário. São elas: Workshops presenciais e online – mais de 50 até 2026 – que garantirão aprendizado prático e atualizado; Consultorias individuais e personalizadas, que trarão direcionamento estratégico sob medida, maximizando resultados e fortalecendo a competitividade; Trilhas de desenvolvimento de negócios, que proporcionarão uma jornada estruturada para o crescimento sustentável; Eventos de conexão, imersão e comunidades, que fortalecerão o ecossistema criativo, promovendo colaboração e inovação; Eventos com rodadas de negócios, que conectarão empreendedores a oportunidades reais de mercado; e participação em missões nacionais e internacionais.
Trilhas de desenvolvimento
Entre os destaques dessa agenda estão as trilhas de desenvolvimento – que serão oito ao longo do programa, online e gratuitas, para 25 empresas por trilha, de diferentes temas e níveis de maturidade. O formato será o seguinte: processo de seleção, diagnóstico da empresa, seis workshops online e até seis horas de consultoria, totalizando oito semanas de acompanhamento.
A primeira trilha já está com inscrições abertas. O foco é em produtoras entrantes no mercado que buscam entender e se aperfeiçoar sobre regras e oportunidades. Os temas a serem abordados são, entre outros, modelos de negócios no audiovisual; o papel da ANCINE e suas principais normativas; mecanismos e fontes de financiamento; leis de incentivo ao audiovisual; direitos e contratos no setor audiovisual e comercialização de projetos audiovisuais.
As empresas participantes devem ser paulistas e formalizadas (MEI, ME ou EPP), com CNAEs relacionados ao audiovisual e focadas em projetos de conteúdo, como curtas-metragens, médias-metragens, longas-metragens, séries, webséries, documentários, animação e etc.
Fonte: Tela Viva